Um novo relatório internacional estima que em 2035 cerca de 39% dos portugueses adultos serão obesos. Os dados referem também uma tendência “muito elevada” da prevalência da doença nos próximos anos
O relatório de 2023 é da Federação Mundial de Obesidade (WOF, na sigla em inglês), parceira da Organização Mundial da Saúde, que apesar destas informações coloca Portugal como o oitavo país, entre 183, mais bem preparado para combater esta doença crónica.
O Atlas da Obesidade Mundial, citado pela Sapo, projeta, “um aumento da obesidade de 2,8% ao ano entre 2020 e 2035 para a população adulta, uma percentagem que sobe para os 3,5% no caso das crianças portuguesas”.
De salientar que o novo Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), apresentado em março deste ano, visa reduzir o consumo de alimentos não saudáveis em pelo menos 15% até 2030 e defende respostas imediatas de saúde perante a “magnitude do problema”.
A obesidade, enquanto doença crónica e simultaneamente fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças, atinge cerca de dois milhões de pessoas da população adulta portuguesa (28,7%), sendo que mais de metade da população apresenta excesso de peso (67,6%).
Segundo a WOF, a despesa da saúde com a obesidade e o excesso de peso “será equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2030 e de 2,2% em 2035, um impacto considerado pela organização como «muito elevado»”.
Numa análise a 38 estudos de 17 países o Atlas constatou também que os períodos de confinamento durante a pandemia da Covid-19 resultaram num aumento de 1,5 quilos nos adultos e adolescentes.
O documento alerta ainda que nenhum país relatou um declínio na prevalência da obesidade na sua população e “nenhum está no caminho certo para cumprir a meta da Organização Mundial da Saúde” definida para a mitigação desta doença crónica.
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