As associações ambientalistas ZERO, ANP|WWF, SPEA e Sciaena congratularam-se este domingo com a exclusão das chamadas “áreas naturais chave” dos projetos das eólicas ao longo da costa, mas querem ajustamentos e mais transparência e participação dos cidadãos
Em comunicado, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a ANP|WWF – Associação Natureza Portugal, a Sciaena – Associação de Ciências Marinhas e Cooperação e a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves “acolhem positivamente” a decisão do Governo de avançar este ano com um processo de concurso para eólicas ‘offshore’ apenas nas áreas de Viana do Castelo, Leixões e Figueira da Foz, totalizando cerca de 3,5 Gigawatts (GW) de capacidade instalada, e eliminando as áreas de Matosinhos, de Sintra-Cascais e de Sines (Zona Portuária) desta proposta de implementação.
Até 2030 deverá ser atribuída em fases sequenciais a restante capacidade até perfazer 10 GW.
As entidades afirmam tratar-se de “um avanço bastante positivo, particularmente no caso da área de Sintra-Cascais, que se sobrepunha totalmente à Zona de Proteção Especial (ZPE) do Cabo Raso, uma área classificada da Rede Natura 2000”.
Para as associações ambientalistas, se é notório “um esforço adicional e compreensível de coordenação e audição com o setor das pescas, totalizando 13 reuniões com representantes do setor com vista a acomodar as respetivas reivindicações e preocupações”, o facto é que “há um descuramento claro e lamentável pelas restantes partes interessadas, nomeadamente as Organizações Não Governamentais [ONG] de ambiente, com as quais não houve qualquer reunião”.
A ZERO, ANP|WWF, SPEA e Sciaena entendem ainda que o processo de auscultação tem sido um pouco omisso e reclamam mais diálogo.
É que, destacam, trata-se de “projetos de infraestrutura à escala industrial”, nos quais é “imprescindível não descurar a magnitude dos potenciais impactes ambientais e sociais e garantir que a transição energética seja feita em benefício da natureza e das pessoas – não do lucro desmedido”.
Desta forma, defendem que, no âmbito da AAE, há que “clarificar eventuais impactes associados”, sobretudo no que diz respeito às áreas de construção e reparação nos portos de Aveiro, Setúbal e Sines.
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