Primeiro dia do festival da cultura pop japonesa decorreu este fim de semana com lotação esgotada na Exponor, em Matosinhos
"Posso tirar uma fotografia contigo?" Esta é a frase que a mulher vestida de preto, com duas longas mechas de cabelo, a empunhar espetos afiados, mais ouviu durante o fim de semana. A personagem encarnada por Sara Fonseca durante a 22ª edição do Iberanime, a decorrer na Exponor, em Matosinhos, chama-se Yor Forger, da série "Spy X Family", e é uma assassina.
Desde 2015 que Sara Fonseca não perde um Iberanime Porto. E a partir de 2017 passou a estar na edição da capital. "São dois eventos diferentes e o público portuense é especial". Yor Forgen, como é chamada por estes dias, esperava ansiosamente pelo concurso de cosplay, que, para ela, é o ponto forte do festival.
Há perucas coloridas. Longas capas. Saias curtas. E adereços. Muitos adereços. Alguns são encomendados, outros são feitos à mão, com horas de dedicação. E há quem decida levar esta paixão para a pele.
Encontramos Inês Martins, de 24 anos, na banca de tatuagens. É a primeira cliente do fim de semana e terá marcada no braço a personagem Obanai Iguro de "Demon Slayer". Para a jovem, também caracterizada, a espera não foi longa. "Como tinha a tatuagem marcada, pude entrar sem estar na fila, caso contrário não teria chegado aqui dentro tão cedo".
Mais de 30 mil visitantes
A fila à entrada do recinto, visível durante todo o fim de semana, é representativa das expectativas excedidas. "Não contávamos com tanta adesão", afirma André Manz, organizador do evento. Foram mais de 30 mil aqueles que passaram no festival que regressou ao Porto depois de dois anos de paragens devido à pandemia. Os bilhetes estavam há muito esgotados.
Aqui não há preconceitos. Há homens mascarados de personagens femininas, e vice-versa. George Caminata é um desses casos. De cabelo azul claro, uniforme justo, minissaia, o jovem conta que foi uma vitória convencer os amigos a ingressar no cosplay. "Já íamos juntos a todas as edições, aqui no Norte e na capital, mas é a primeira vez que eles vêm disfarçados".
Mas nem só de imitações se fazem os figurinos. O casal Jorge Pereira e Arcília Monteiro trouxe um original. "Inspiramo-nos nuns peluches da internet que representam médicos da altura da peste", diz o homem totalmente vestido de negro, a passear uma misteriosa lanterna de luz esbatida.
Para quem não veio a rigor, disfarces não faltam nos 70 pontos de venda de merchandising nesta edição do Iberanime Porto.
Galegos são público forte a Norte
Os visitantes espanhóis do Iberanime Porto são o destaque do organizador André Manz. "Há uma grande expressão de entradas com origem na Galiza".
Apesar de o público-alvo vir maioritariamente do Norte de Portugal, há visitantes de todo o país, incluindo da capital, Lisboa, onde já houve uma edição em maio. Quanto a idades, não há destaques a fazer, afirma Manz, já que os fãs vão de crianças a adultos.
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