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INE confirma descida da inflação para 7,4% em março e queda dos preços da energia

A inflação ficou nos 7,4%, confirmou o INE. O índice relativo aos produtos energéticos regista valores negativos pela primeira vez desde fevereiro de 2021. Alimentos também desaceleraram



O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou, esta quinta-feira, dia 13 de abril, que a subida dos preços está a abrandar em Portugal. A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) diminuiu para 7,4% em março, tal como tinha indicado o INE na estimativa rápida, o que significa uma taxa 0,8 pontos inferior à de fevereiro. O abrandamento ocorre pelo quinto mês consecutivo.

Para esta variação contribuiu, sobretudo, o índice relativo aos produtos energéticos que diminuiu para -4,4%, quando tinha sido 1,9% em fevereiro. Este é o primeiro valor negativo desde fevereiro de 2021.

Já o índice referente aos produtos alimentares não transformados desacelerou para 19,3%, face aos 20,1% do mês anterior.

A inflação subjacente, que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, registou uma variação de 7,0%, abrandando face aos 7,2% de fevereiro.

A taxa de variação mensal do IPC foi de 1,7%, tendo acelerado face aos 0,3% do mês anterior. Excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a variação do IPC foi 2,0%.

A classe de produtos que mais contribuiu para a variação mensal foi o Vestuário e calçado, com 22,7%, “em consequência do início da nova coleção de vestuário e calçado, como é habitual nos meses de março”.

A variação média dos últimos doze meses é de 8,7%, mais um ponto do que os 8,6% de fevereiro. Excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a taxa de variação média foi 6,6%. Já a variação média do índice dos produtos alimentares não transformados foi 16,0%, face a 14,8% em fevereiro. A variação média dos produtos energéticos foi de 19,6%, um recuo de 21,9% face ao mês anterior.


Inflação deve continuar a abrandar devido ao efeito base

O INE sublinha que a desaceleração de março é “em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços dos combustíveis e dos produtos alimentares, verificado em março de 2022”.

Ou seja, em 2022 “o IPC registou aumentos significativos de preços em grande parte dos produtos considerados na amostra, estando agora a verificar-se reduções das taxas de variação homóloga”, em parte como consequência do efeito de base. Esse impacto começou a sentir-se em janeiro, mas foi mais intenso em fevereiro e março.

“Sempre que a variação mensal de um mês for inferior à variação mensal do mês homólogo, a taxa de variação homóloga irá inevitavelmente diminuir, e vice-versa”, refere o INE. No entanto, apesar do abrandamento da inflação nos últimos meses, “o nível médio dos preços tem mantido uma trajetória de subida, atingido em março de 2023 o valor mais elevado da série, 12,5% superior ao nível médio de preços do ano de 2021”.

E para que o nível de preços regresse a valores comparáveis aos de 2021, conclui o INE, “teria de se verificar um período com taxas de variação homóloga negativas”. E “sem um novo choque que implique aumentos significativos de preços”, é possível antecipar “uma redução progressiva da taxa de variação homóloga do IPC nos próximos meses, consequência da forte aceleração registada no segundo trimestre de 2022”.

Por exemplo, nos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, houve uma diminuição da variação homóloga, mas “a série atingiu um novo máximo em março de 2023, com preços 27,0% acima do nível médio de preços de 2021”, nota o INE.

No caso da energia, “desde que não se verifiquem aumentos de preços superiores aos de 2022 nos próximos meses, a variação homóloga deste agregado deverá manter-se negativa, por consequência direta do efeito de base”.

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