Tratou-se de uma "missão arriscada" e "arrojada", segundo o comandante Silva Luís
Foto: Marinha/AMN
A Marinha anunciou esta quinta-feira, dia 23 de março, que fez inspeção técnica ao navio-tanque Greta K, que se incendiou ao largo do Porto na terça-feira, dia 21 de março, permitindo que o reboque da embarcação para o porto de Leixões se iniciasse de tarde.
"Militares da Fragata Corte-Real, da Marinha Portuguesa, foram a bordo do navio-tanque 'Greta K' realizar uma difícil inspeção técnica, devido às condições do navio, ao fumo ainda intenso e às altas temperaturas que se faziam sentir no interior do navio", pode ler-se num comunicado emitido esta quinta-feira no 'site' da marinha.
De acordo com o texto, "os marinheiros percorreram os compartimentos, previamente identificados, onde poderiam existir focos de incêndio, dando o incêndio como, presumivelmente, extinto e permitindo assim avaliar a segurança do navio".
O porta-voz da Marinha, comandante Silva Luís, disse esta quinta-feira à Lusa que "foi graças a esta equipa da Marinha, mais concretamente da fragata Corte-Real, que se possibilitou fazer uma avaliação fidedigna das condições do navio, que permitem que ele seja rebocado para o porto" de Leixões.
Tratou-se de uma "missão arriscada" e "arrojada", segundo o mesmo porta-voz.
O comunicado emitido esta quinta-feira pela Marinha refere ainda que o "chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Henrique Gouveia e Melo, enviou já um sinal tático de Bravo Zulo [sinal de elogio] para toda a guarnição do NRP Corte-Real, endereçando parabéns pelo sucesso da missão".
Gouveia e Melo manifestou "orgulho pela coragem e determinação demonstradas, ao terem percorrido a 'milha extra', que sempre caracteriza os marinheiros", segundo o texto.
A operação de reboque para o porto de Leixões do navio Greta K foi esta quinta-feira interrompida a cerca de cinco quilómetros do destino devido à força do mar, afirmou o comandante da capitania.
Segundo Silva Rocha, que falava em conferência de imprensa em Matosinhos, devido ao crescimento da agitação marítima durante a tarde "não estão reunidas as condições para que o navio pudesse entrar em segurança".
Sem motor de propulsão e, por isso, com necessidade de ter de ser rebocado, o navio iniciou durante a tarde a operação para entrada no porto de Leixões, mas, tal como anunciado pelo responsável da capitania do Douro e Leixões, as condições do mar iriam piorar a meio da tarde.
A situação vai ser "reavaliada aos primeiros alvores da manhã, cerca das 06h00 e em princípio o mar e a agitação marítima irão decrescer no período noturno e penso que haverá condições para uma entrada [no porto de Leixões] entre as 07:00 e as 08:00".
Segundo a Marinha Portuguesa, o alerta para o incêndio no navio-tanque Greta K, com bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia de costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses, na Foz do Douro, foi dado cerca das 15h30 de terça-feira para o "Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, da Marinha".
O navio tinha 19 tripulantes a bordo, todos de nacionalidade filipina, tendo 16 sido retirados nos últimos dias. A embarcação transporta "gasóleo e combustível destinado a aviões (jet fuel)".
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