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Matosinhos já atingiu meta de 2030 de baixar emissões de gases com efeito de estufa

Em 2020, a Câmara de Matosinhos foi capaz de reduzir em 40,2% as emissões de gases com efeito de estufa, face ao ano 2009, altura em que a monitorização começou a ser feita



Estes dados foram divulgados esta quarta-feira, dia 23 de novembro, durante a apresentação do Plano de Neutralidade Carbónica de Matosinhos, que decorreu na Casa da Arquitetura.

Um motivo de satisfação partilhado por Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos, confirmando que se "em 2020 o Município atingiu a meta de 2030", a ambição agora é "em 2030 atingir a meta de 2050".

"Queremos antecipar os objetivos da meta carbónica de 2050 para 2030. É este o objetivo, é uma meta mais exigente. O primeiro-ministro anunciou que Portugal pretende antecipar as metas de 2050 para 2045. Em Matosinhos temos conseguido reduzir significativamente as emissões e a partir de agora vamos acelerar todo este processo que é um objetivo decisivo para o nosso futuro", assumiu a autarca, congratulando-se com o facto das Nações Unidas terem considerado Matosinhos "como o primeiro município resiliente".

"É uma marca que já nos distingue, mas agora pretendemos acelerar também neste combate às alterações climáticas a que somos particularmente sujeitos por sermos um município costeiro, com o problema do nível do aumento das águas do mar e das cheias que nos afetam", acrescentou.

Já questionada se o fecho da Petrogal terá ajudado o concelho a atingir as metas precocemente, a autarca respondeu que a "contabilização da Petrogal é feita à parte", não tendo sido "incluídas as métricas da empresa" na estratégia do Município.

Assumindo que "a transição energética deve ser justa e inclusiva", a presidente da Câmara de Matosinhos deu como exemplo a "gratuitidade do transporte público até aos 18 anos" como uma medida que o concelho já adotou.

E, perante a presença do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, Luísa Salgueiro deixou um aviso, em jeito de recado: "A transição energética é urgente, mas esta revolução necessita de investimento público".


Medidas em curso

Entre as principais iniciativas assumidas por Matosinhos no que diz respeito à eficiência energética, Rui Pimenta, da Agência de Energia do Porto, destacou "o investimento de 85 milhões de euros até 2026 na reabilitação de habitação social", o que permitirá "a utilização de menos 40% da energia destes edifícios".

Outros investimentos previstos serão usados, por exemplo, na reabilitação energética de edifícios municipais (75 milhões de euros) e na substituição completa da iluminação pública para tecnologia LED (7 milhões), o que permitirá poupar metade da energia gasta até então.

Já no que diz respeito à mobilidade, para além da "promoção dos transportes públicos", Rui Pimenta destacou "a instalação da rede de carregadores elétricos" (cerca de mil).

Outra medida que será aplicada diz respeito a "incentivos municipais", nomeadamente na redução de IMI para quem "promova a eficiência energética dos edifícios".

O mesmo acontecerá "para quem faça a instalação de painéis fotovoltaicos".

Já Duarte Cordeiro enalteceu o facto do Município de Matosinhos estar a fazer um "trabalho notável", tendo referido que outros concelhos devem seguir "o exemplo".

Do mesmo modo, o ministro do Ambiente reforçou que "o Orçamento de 2023 prevê políticas que aceleram a transição energética", dando conta que o Governo aposta "num novo quadro legal que agiliza os licenciamentos".

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