Cerca de 90% dos encarregados de educação inquiridos prefere os livros em papel, por permitir uma maior concentração.
O movimento Menos Ecrãs, Mais Vida defendeu, no dia 2 de setembro, a proibição dos telemóveis nas escolas e o fim imediato dos manuais digitais, numa reunião no Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI).
Na reunião estiveram presentes o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Alexandre Homem Cristo, que remeteu essa decisão para os diretores dos estabelecimentos de ensino.
"Ficamos com a clara ideia de que o Ministério não vai seguir essa linha, o que é uma pena", lamentou Mónica Pereira, porta-voz do movimento, após a reunião no MECI.
Em 2023, o anterior ministro da Educação, João Costa, pediu um parecer ao Conselho das Escolas sobre a temática e, na altura, os diretores entenderam que a solução para responder aos impactos negativos do uso dos telemóveis nas escolas não passa por proibir a sua utilização.
"O estatuto do aluno diz que é proibido captar e divulgar imagens, mas essa questão não se pratica", referiu ainda Mónica Pereira. O Ministério vai agora criar guias informativos para as escolas, mas apesar de reconhecer a importância das campanhas de informação e sensibilização, considera que não chega.
Em maio, o movimento realizou um inquérito a 462 encarregados de educação, que revelou que 90% prefere os livros em papel, por permitirem uma maior concentração.
Entre as 462 respostas, 90% dos encarregados de educação dizia preferir os livros em papel por permitirem uma maior concentração dos alunos e apenas 8% preferem os manuais digitais. Quase um terço continuava a comprar os manuais em papel, apesar da transição.
Foi o ano mais participado do projeto piloto, que começou em 2020/21, durante a pandemia, que abrangeu cerca de mil alunos em nova escolas. No ano passado, os manuais digitais chegaram a 24 mil alunos.
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