Dados apurados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), no âmbito de estudos realizados a partir dos Censos de 2021, revelam que as mulheres vivem, em média, mais anos, mas atingem um patamar de incapacidade mais cedo do que os homens
“Uma criança nascida em 2019, tinha cerca de 78 anos de vida, se fosse homem, e 60,6 anos saudáveis. As mulheres tinham 83 anos e meio à nascença, mas apenas 57,8 anos com saúde”, exemplificou Eduarda Góis, do INE, ao esclarecer os resultados.
A análise extraída destes dados permitiu também concluir que as mulheres com incapacidade têm menos probabilidade de estarem ativas do que os homens na mesma condição.
Segundo os dados apresentados, 10,9% da população com cinco ou mais anos tem pelo menos uma incapacidade, condição que afeta principalmente as mulheres. Há 164 mulheres com incapacidade por cada 100 homens nessa condição.
A incapacidade em andar ou subir degraus é a mais comum e afeta 6,1% da população com cinco ou mais anos. Segue-se uma faixa de 3,5% afetada pela incapacidade em ver, enquanto 3,4% da população tem incapacidade de cognição/memória, e 2,8% em ouvir. 3% tem “dificuldade em tomar banho ou vestir-se sem apoio” e 1,5% em compreender os outros ou fazer-se compreender.
Os problemas de mobilidade são os mais penalizadores: “apenas 7,9% das pessoas com incapacidade estavam ativas e 7,1% empregadas”.
A maioria da população com esta incapacidade vive em alojamentos familiares clássicos (68,1%), e não dispõe de equipamentos para pessoas que utilizam cadeira de rodas de forma autónoma (sem apoio de outra pessoa).
Referir ainda que “a incapacidade em ver é a que afeta relativamente menos o emprego das pessoas com incapacidade (20,0% estavam ativas e 17,5% estavam empregadas à data dos Censos 2021)”, segundo o estudo.
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