Edição centrada na Água abre em Matosinhos
“Ser Água: Como fluímos e nos moldamos coletivamente” é o tema central da terceira edição da Porto Design Biennale, um evento promovido em colaboração entre os municípios do Porto e Matosinhos, com organização da esad—idea. Nas palavras de Magda Seifert, diretora executiva da Porto Design Biennale, este evento “procura ser uma plataforma de diálogo entre a sociedade civil, a academia, a indústria, instituições e agentes culturais nacionais e internacionais”. “Com um compromisso com o território e as identidades locais, valori¬zando a manufatura e a materialidade, a Porto Design Biennale configura um exercício de pensamento de amplo espetro e envolvência, partindo do contexto e das dinâmicas locais para gerar especulação e debate acerca de questões de âmbito global”, afirma Magda Seifert. Haverá exposições, conferências, workshops e lançamento de publicações. Espanha é o país convidado e estará representado pela região da Galiza. A programação foi apresentada ontem, dia 18 de outubro, no Porto, no Museu da Cidade – Reservatório da Água, pelo curador-geral do evento Fernando Brízio. A terceira edição da Porto Design Biennale, com inauguração agendada para dia 19 de outubro, foi adiada devido às condições meteorológicas adversas. Seguindo as recomendações da Proteção Civil e os avisos à população, os eventos do programa inaugural da Porto Design Biennale, que iriam decorrer de 19 a 21 de outubro nas cidades do Porto e Matosinhos, encontram-se adiados. A nova data de inauguração do evento será anunciada em breve. Prevê-se que em 2030 haja um défice de 40% de água em relação à procura. Sendo a água um dos mais essenciais e indispensáveis elementos naturais, a sua escassez suscita reflexão e debate sobre qual o caminho a seguir. “Como podemos cuidar do que não conhecemos bem? Para esta edição da Porto Design Biennale propomos uma plataforma-laboratório transdisciplinar, de observação, pensamento, criatividade e aprendizagem, que atuará em simultâneo nos espetros visível e invisível, orgânico, inorgânico e efémero da água”, revelou Fernando Brízio. A plataforma-laboratório assenta em seis propostas. São elas: “Bestas Prometeicas: Formas do humano”; “Realidade Mágica: Viver com o des/conhecido”; “Corpos de Água: Onde a água se torna comum — matéria vegetal, carne, mineral”; “Paisagens Dinâmicas: Margens que dançam, fronteiras que não existem”; “Rios Voadores: Repensar as representações da água”; “Geologias Afetivas: A história viva de uma receita”. Além de projetar melhores e mais eficientes usos da água, procura-se uma nova relação com o mundo e novos modelos de coabitação entre seres humanos e natureza. A presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, sublinhou “a importância da água nas nossas vidas individuais e coletivas, globais e municipais”, recordando o trabalho em curso para atingir a neutralidade carbónica no território em 2030 e a elaboração do Plano Diretor de Drenagem de Águas Pluviais com o objetivo de prevenir cheias e inundações. Já o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, defendeu, perante a crise ambiental que vivemos, a redução do impacto das atividades humanas e que o design, enquanto forma de influenciar o que se produz, o que se vende, o que recicla, pode dar um importante contributo. Além de Fernando Brízio, são curadores desta edição Davi Barro, Ivo Poças Martins, Joana Pestana & Mariana Pestana, Margarida Mendes, Miguel Vieira Baptista, e Studio Makkink & Bey. Em Matosinhos, destaque para a inauguração de duas exposições. Hoje, pelas 16h00, na Casa do Design, será inaugurada “Petrichor, o cheiro da chuva”, com curadoria de Fernando Brízio. Também hoje, mas na Galeria Municipal de Matosinhos, pelas 18h00, abre ao público a exposição “Galiza. Processos e Formas”. Com curadoria de Davi Barro, a mostra apresentará trabalhos de mais de uma centena de profissionais e empresas galegas. Consulte toda a programação em http://www.portodesignbiennale.pt/
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