Exposição no Mercado de Matosinhos homenageia famílias de pescadores
São 37 os “Rostos da Maré, Vidas Cruzadas entre Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim”. Um projeto do Grupo de Ação Local - GAL Costeiro Litoral Norte da Área Metropolitana do Porto (AMP), financiado pelo Programa Operacional Regional Norte 2020, que se traduz num livro, numa exposição fotográfica e numa criação multimédia.
A apresentação decorreu ontem no Mercado Municipal de Matosinhos e contou com a participação da Presidente da Câmara de Matosinhos.
“O mar une-nos a todos”, começou por dizer Luísa Salgueiro. “Temos muito orgulho das nossas gentes. São as pessoas que fazem a nossa história, a nossa identidade. Este é um documento a pensar no presente, mas também no futuro, para quem quiser estudar as nossas gentes e as nossas tradições”, disse a edil.
Presentes na sessão estiveram também a Vereadora do Desenvolvimento Económico, do Comércio e Turismo de Matosinhos, Marta Pontes, a Vereadora do Desenvolvimento Económico, Turismo, Agricultura e Pescas da Póvoa de Varzim, Lucinda Delgado, o Vereador do Turismo de Vila do Conde, Paulo Vasques, o Presidente da União das Freguesias de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora, Leonardo Fernandes, entre outras personalidades.
Produzido pela Bind'ó Peixe Associação Cultural e pela Escola Superior de Media, Artes e Design, do Politécnico do Porto, o projeto “Rostos da Maré” conta a história de 37 pessoas de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, cujas vidas se cruzam graças à pesca.
Editado pelo jornalista e presidente da Bind’ó Peixe, Abel Coentrão, o livro, com 300 páginas, reúne imagens e textos resultantes das entrevistas feitas pelos jornalistas Ângelo T. Marques (Póvoa de Varzim), David Mandim (Vila do Conde) e Luísa Pinto (Matosinhos).
Os retratos dos participantes constam de uma exposição da autoria dos fotógrafos Helena Flores, Joana Dionísio, Luís Ribeiro, Olívia da Silva e Sérgio Rolando, que irá circular pelos três concelhos.
O projeto envolve ainda uma criação audiovisual de Tânia Dinis (manipulação de imagem) e Miguel Pipa (sonoplastia), baseada nos arquivos pessoais dos entrevistados e no registo áudio das conversas.
Abel Coentrão lembrou que “as histórias de vida das pessoas simples e pacatas” e a “rede de relações que a pesca foi gerando no último século importam para a vida da nossa comunidade”, acrescentando que este trabalho contribui para a “valorização da nossa cultura marítima”. “Obrigado por nos mostrarem que há mar nas vossas vidas para além da pesca”, disse, dirigindo-se aos participantes do projeto presentes na sessão. “O mar não fala, mas os que lhe sobrevivem sim. Haja búzios que guardem a sua voz”, concluiu.
Por sua vez, a diretora da Escola Superior de Media, Artes e Design, do Politécnico do Porto, Olívia Marques destacou a importância de “preservar este património que são as pessoas”. “Este livro representa o reconhecimento e a homenagem às pessoas que trabalham na economia piscatória que, por vezes, é muito difícil”, frisou.
Já a secretária da Comissão Executiva da AMP, Ana Amorim, agradeceu a todos os que “deram o seu testemunho, partilharam as suas vidas”, lembrando que “o mar é um meio de desenvolvimento do território, é um meio de sustento, mas é também um meio de criação de laços familiares”.
Depois de Matosinhos, seguem-se as apresentações em Vila do Conde, dia 8 de julho (Centro de Memória) e Póvoa de Varzim, dia 14 de julho (Centro Póvoa Empresas).
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